x Nenhum outro tecido do corpo humano pode variar sua taxa metabólica tanto quanto o músculo esquelético. Os músculos ativos podem elevar o nível de seus processos oxidativos em mais de 50 vezes, em relação ao estado de repouso. Esta variação significativa na taxa metabólica cria problemas para as células musculares porque, enquanto o consumo de oxigênio aumenta em 50 vezes, a taxa de remoção de calor produzido, dióxido de carbono, água e metabólitos tem, obrigatóriamente, que aumentar de forma similar. Para manter o equilíbrio químico dentro do organismo há um tremendo aumento nas trocas moleculares entre o interior e exterior das células. Quando os músculos entram em atividade física intensa, a capacidade de manutenção do equilíbrio interno em um nível que permita a continuidade do exercício é dependente da integração de vários sistemas de controle fisiológicos. Por isso, a maior parte das funções do corpo humano é afetada, de uma ou outra forma, pelo exercício físico, seja de maneira crônica ou aguda.



Prof. Dr. Per Olof Astrand

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Técninas de treino para melhora da resistência à fadiga e melhora no desempenho

Training techniques to improve fatigue resistance and enhace endurance performance. Hawley, Myburgh, Noakes and Dennis, Journal of Sports Sciences, 1997.

Já parece consenso na literatura que existem requisites mínimos para o sucesso em eventos de endurance, que incluem: um elevado VO2máx, capacidade de sustentar um elevado %VO2ma´x, elevada velocidade no Limiar de Lactato, capacidade de resistir a fadiga, elevada eficiência mecânica e maior utilização de gordura em elevada intensidade. Contudo, pouco se sabe sobre os efeitos do treinamento intensivo em atletas altamente treinados, nem sobre quais mecanismos fisiológicos são responsáveis por alterações específicas na performance. Os padrões de treinamento tem sido estabelecidos de maneira empírica e por observações de campo, com pouca participação cientifica na escolha do melhor estimulo para melhora na performance. Uma metodologia muito empregada é ritmo/tempo ou treinamento intervalado, aplicada após o atleta ter uma base sólida de endurance e consiste basicamente de exercícios sustentado, seguido de períodos de intervalos curto de corrida lenta. Isso permite ao atleta sustentar uma intensidade acima do seu atual estado-estável, o que poderia proporcionar diversos benefícios como, por exemplo, aumento na cinética do lactato, maior recrutamento neuromuscular e resistência a fadiga o que como conseqüência melhoraria a performance. Através do emprego dessa metodologia foi encontrada melhora no pico de potencia sustentada (5%), melhora de 90-120 segundos no tempo da prova contra-relógio de 40km de ciclismo, maior utilização de gordura em intensidades submáximas. Como visto no inicio tais repostas são associadas com o sucesso em eventos de endurance e a partir dos resultados encontrados parece razoável dizer que o treinamento intervalado tem efeitos importantes na melhora da performance. Contudo, algumas questões ainda merecem atenção, como por exemplo, qual seria a dosagem ideal a ser empregada de treinamento intervalado? E qual seria a relação ideal entre volume e intensidade no intuito de evitar o excesso de treinamento e favorecer a super-compensação?

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